Uma criança de apenas 6 anos de idade foi vítima da Covid-19 no Rio Grande do Norte na última quarta-feira, 10. No dia seguinte, um menino de 8 anos faleceu com suspeita de Covid-19, e agora a causa morte está sendo investigada pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). Em todo o RN, de janeiro de 2020 a março de 2021, 18 crianças e adolescentes de 0 a 18 anos faleceram em decorrência do vírus, de acordo com dados da pasta. Apesar de não serem consideradas grupo de risco para a contaminação com o coronavírus, as crianças e os adolescentes devem ser foco de mais atenção, principalmente se tratando das novas variantes do vírus, que são mais transmissíveis. É o que defende o infectologista Alexandre Motta. “Quanto maior o número de pessoas doentes, maior o número de pessoas contaminadas com forma grave, e maior probabilidade que crianças, que teriam menor risco de adoecer de forma grave, possam adoecer. E obviamente que vai aumentar o número de crianças com a forma grave”, argumenta o médico.
Para ele, as crianças e adolescentes deveriam ser motivo de atenção desde a primeira onda, pois mesmo não sendo o grupo mais atingido pela doença, podem ser transmissores. “A criança contaminada vai transmitir pros idosos que estão em casa, para as pessoas que têm comorbidade, para o professor na escola, tem esses dados todos que têm que ser levados em consideração. A criança deve ser protegida porque na hora que protege ela, protege o seu entorno”, explica. Para que haja essa segurança, o médico explica que a melhor forma de pais e familiares protegerem suas crianças é através do exemplo de usar a máscara corretamente, lavar as mãos, manter o isolamento social, etc. “O maior indutor de comportamento é o exemplo, se o pai não dá o exemplo, se a família não se comporta de maneira a prevenir a Covid, a criança dificilmente o fará. É importante que os pais, os familiares, tenham um comportamento responsável quanto a si próprios, as crianças vão seguir o exemplo, isso eu não tenho dúvida. O problema é que a pessoa diz para a criança praticar, e ela própria não faz”, defende. Além disso, Alexandre argumenta que não há condições para o retorno presencial das aulas nesse momento, visto que a criança pode ser infectada com o vírus na escola, através de outras crianças, ou ela mesma transmitir para alunos, professores e funcionários da escola. “É uma cadeia de risco desnecessária. Acredito que, na medida em que tenhamos condições de vacinar grande parte da população, a gente possa resolver essa situação lamentável que o Brasil vive”. O Rio Grande do Norte entrou em alerta no dia 20 de fevereiro, após o Instituto de Medicina Tropical, da UFRN, confirmar a circulação de duas novas variantes do coronavírus. A P.1, inicialmente identificada em Manaus (AM), e a P.2, registrada no Rio de Janeiro (RJ), às quais são associadas uma maior dispersão e transmissibilidade do vírus. Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)As internações por
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças e adolescentes
apresentaram um avanço de 24% na média diária entre dezembro do ano passado e
fevereiro deste ano em todo o Brasil, mostram dados do Ministério da Saúde. Na
esteira da disparada nacional da Covid-19, em que a SRAG aparece como uma das
principais consequências, preocupa o salto entre os mais novos: enquanto 128
crianças entre 0 e 4 anos foram internadas em média por dia no mês de dezembro,
esse número saltou para 171 em fevereiro, um crescimento de 34%. As demais
faixas etárias, de 5 a 9 anos e de 10 a 14 anos, também registraram aumentos,
de 15% e 7%, respectivamente.Síndrome Inflamatória
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