Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitaram, nesta
quinta-feira (22), julgar o habeas corpus ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, para que ele não possa ser preso, mesmo após condenação em segunda
instância, até o trânsito em julgado do processo sobre o tríplex no Guarujá
(SP), ou seja, quando não cabem mais recursos nem mesmo nas Cortes Superiores.
O placar terminou em 7 a 4 a favor do petista.
A votação para aprovar ou não o habeas corpus deveria ser feita em
seguida. Porém, pelo adiantado da hora e considerando o tempo que ainda deveria
ser gasto para cada um dos presentes proferir o voto, a sessão foi suspensa. O
habeas corpus será votado no próximo dia 04 de abril, após a pausa para a
Páscoa.
Os desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF-4), formada por Gebran Neto, Victor Luiz dos Santos Laus e Leandro
Paulsen, julgam na próxima segunda-feira (26) os últimos recursos do petista na
Corte. São embargos de declaração, que não têm o poder de mudar a sentença, mas
apenas esclarecer alguns pontos. Sobre este recurso, o Ministério Público
Federal (MPF) se pronunciou: recomendou a negação e a prisão do ex-presidente.
De acordo com informações de O Globo, se a apelação for negada no TRF-4,
a defesa deve encaminhar recurso especial ao Superior Tribunal de Justiça
(STJ), que serve para apontar decisões ou atos do processo que violem
princípios como os da ampla defesa.
No STJ, se Lula vencer, ele reverte a condenação penal e afasta o risco
de prisão. Caso o pedido seja negado, a defesa ainda poderá apelar para o
Supremo Tribunal Federal (STF).
No Supremo, os advogados do petista podem entrar com um recurso
extraordinário, usado para questionar decisões e atos que violem dispositivos
constitucionais ou ofensas à Constituição. Pode, inclusive, questionar o
próprio STF sobre se a pena deve começar a ser cumprida a partir da 2ª
instância.
Em janeiro último, o TRF-4 confirmou a condenação imposta ao
ex-presidente por Moro, na ação penal envolvendo o tríplex no Guarujá (SP). A
pena foi revisada e aumentou para 12 anos e um mês de prisão, por corrupção e
lavagem de dinheiro.
Alternativas
Pela Lei da Ficha Limpa, a condenação pelo TRF-4 o torna inelegível. Mas
ainda há mecanismos que podem permitir a candidatura. Nesse sentido, o
ex-presidente ainda tem o direito de recorrer ao STJ e ao STF para tentar obter
uma liminar, em decisão individual de um ministro, a fim de manter-se
candidato.
Mesmo enquadrado na Lei da Ficha Limpa, Lula pode solicitar o registro
de candidatura. E a Lei Eleitoral diz que, com a solicitação do pedido, o
candidato está autorizado a realizar atos de campanha até a decisão definitiva
sobre o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ainda segundo O Globo,
esta decisão dependerá do julgamento de apelações no próprio TSE e também de
recursos contra a inelegibilidade no âmbito do STF.
Veja como cada ministro votou:
- Edson Fachin – contra o julgamento
- Alexandre de Moraes – a favor do julgamento
- Luís Roberto Barroso – contra o julgamento
- Rosa Weber – a favor do julgamento
- Luiz Fux – contra o julgamento
- Dias Toffoli – a favor do julgamento
- Ricardo Lewandowski – a favor do julgamento
- Gilmar Mendes – a favor do julgamento
- Marco Aurélio Mello – a favor do julgamento
- Celso de Mello – a favor do julgamento
- Cármen Lúcia – contra o julgamento
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