Duas semanas após o início da greve dos vigilantes do Rio Grande do Norte, o ajudante de depósito Damião dos Santos, de 35 anos, ainda não contabilizou os prejuízos. Há dez dias, ele tenta pegar um cartão que havia pedido e chegou ao banco em que é cliente. O problema é que sem segurança, as agências não estão abrindo e ele não conseguiu receber o documento.
"Liguei para o banco para buscar uma
solução, mas a moça que me atendeu disse que só é possível pegar quando tudo
voltar ao normal", contou ele. Para conseguir fazer compras e outras
transações financeiras, ele conta que tem recorrido a empréstimo com amigos.
Sem os vigilantes nas agências, em boa
parte das agências bancárias há apenas expediente interno, sem atendimento ao
público, segundo informou o sindicato dos bancários. Os clientes só podem
contar com os serviços do autoatendimento, como caixas eletrônicos e serviços
por aplicativos e páginas na internet.
A dona de casa Ana Sena, de 42 anos, foi
outra cliente que tentou atendimento em dois bancos nesta segunda-feira (12) e
não conseguiu. "Já estou vendo que não vou conseguir de novo", disse
antes de entrar na agência do Bradesco em Candelária, ao ver a placa que
anunciava a greve.
Algumas agências da Caixa Econômica
voltaram a funcionar, mas apenas na capital, segundo o presidente do sindicato
dos vigilantes, Pablo Henrique Araújo. "A greve é voluntária. No caso, da
Caixa, por enquanto, os vigilantes decidiram voltar ao trabalho", relatou.
Segundo a reportagem apurou, uma das três
agências da Caixa em Mossoró, na região Oeste, voltou a funcionar nesta segunda
(12).
Ainda de acordo com ele, haverá uma nova intermediação
entre os trabalhadores e as empresas a pedido do Ministério Público do
Trabalho, às 16h desta segunda. As propostas apresentadas deverão ser
apresentadas à categoria em nova reunião plenária. Exigências
Na última reunião, realizada na
quinta-feira (8), os grevistas decidiram manter a paralisação iniciada dia 26
de fevereiro. Eles exigem aumento salarial de 3% acima da inflação e que não haja
redução de direitos como auxílio alimentação, descanso semanal remunerado e
diminuição do salário dos que trabalham no regime de trabalho de 12 horas com
folga de 36 horas.
Eles também querem que a convenção coletiva
seja mantida, que as empresas não descontem os dias de paralisação e não seja
feita qualquer tipo de retaliação ou perseguição aos trabalhadores, por causa
da greve.
Por outro lado, as empresas querem que os
vigilante encerrem a greve para que as negociações sejam retomadas. Além disso,
alegam que querem negociar dentro das regras da nova legislação trabalhistas e
que o salário dos vigilantes potiguares (R$ 1.684,77) já é o maior da região
Nordeste.
Outros serviços afetados
Outros serviços foram afetados no
estado, a partir da deflagração da greve dos vigilantes. Entre eles, os
atendimento nos hospitais e demais unidades de saúde do estado, que tem
vigilância armada terceirizada. Caso do Hospital Walfredo Gurgel - o maior
hospital do Rio Grande do Norte e precisou suspender as visitas aos pacientes,
ao longo de uma semana.
Após ser provocada pela Procuradoria-Geral do
Estado, a Justiça
determinou o retorno de pelo menos 70% dos vigilantes que atuam nas unidades de
saúde do estado. A categoria cumpriu a decisão e o atendimento
foi normalizado nos hospitais e unidades básicas. FONTE: HTTP://G1.GLOBO.COM/RN/RIO-GRANDE-DO-NORTE
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