Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, tem por objetivo conscientizar sobre todos os danos causados pelo tabaco. Mais de 4.000 compostos químicos (muitos deles tóxicos), incluindo a nicotina, o monóxido de carbono, a acroleína e outros oxidantes: essa é a composição da fumaça de cigarro, cuja exposição constante induz a múltiplos efeitos patológicos no organismo, causados pelo estresse oxidativo das células. “Os efeitos adversos do cigarro são muitos e, no caso da saúde das veias, o fumo também afeta principalmente a circulação e isso favorece o aparecimento de processos de trombose (com entupimento dos vasos e que pode levar à morte), principalmente quando associado a fatores de risco”, afirma a cirurgiã vascular e angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Por conta de todas as
doenças associadas, o tabagismo é, segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), a principal causa de morte evitável no mundo. No Brasil, nos últimos dez
anos, segundo o Ministério da Saúde, houve redução de 33,8% no número de
fumantes adultos no País, mas uma em cada dez pessoas que reside nas capitais
brasileiras ainda mantêm o hábito de fumar.
Normalmente
relacionado ao aumento da probabilidade de desenvolver infarto, o cigarro
também pode causar problemas circulatórios como arteriosclerose (envolvendo as
artérias da perna) e tromboangeite obliterante – distúrbio que afeta as
extremidades do corpo. “Em ambos os casos, há riscos de ter de amputar o membro
(como pernas, pés e mãos)”, explica.
A médica enfatiza que
a nicotina está ligada à diminuição da espessura dos vasos sanguíneos. “Além
disso, o monóxido de carbono oferece um fator adicional de risco ao diminuir a
concentração de oxigênio no sangue. Todo esse processo pode causar complicações
para o normal funcionamento dos vasos, que ficam mais susceptíveis ao
entupimento, podendo levar a processos de trombose principalmente quando há
fatores de risco envolvidos”, afirma a médica. A trombose é um termo que se
refere à condição na qual há o desenvolvimento de um ‘trombo’, um coágulo
sanguíneo, nas veias das pernas e coxas. Esse trombo entope a passagem do
sangue. Os principais fatores de risco são: dor na perna, obesidade, uso de
hormônios (pílula anticoncepcional), portadores de qualquer tipo de câncer,
portadores de Trombofilias (doença do sangue que deixa maior predisposição a
coagulação sanguínea) e qualquer condição que aumente a imobilização (gesso,
deficientes físicos, fraturas), gestantes e idosos.
Alguns estudos também
sugerem que a exposição à fumaça do cigarro resulta na ativação das plaquetas e
estimulação da cascata de coagulação, por isso há um aumento na incidência de
trombose arterial em fumantes. “Ao mesmo tempo, as propriedades anticoagulantes
naturais são significativamente diminuídas”, comenta.
Outra complicação do
cigarro é que o ele dificulta o importante papel do sangue no processo de
cicatrização, após cirurgias e procedimentos. “O vaso mais estreito tem um
fluxo menor de sangue e o suprimento de oxigênio aos tecidos é afetado. Isso
dificulta a cicatrização e pode causar até necrose de pele. Várias substâncias
no cigarro dificultam a formação de fibroblastos, células ligadas ao processo
cicatricial.”
A angiologista alerta que, para os fumantes, o
acompanhamento médico é fundamental para impedir que as doenças apareçam ou
progridam. FONTE: NOTÍCIAS AO MINUTO
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