O
secretário estadual de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte, Wallber
Virgolino, afirmou nesta quinta-feira (19) que o governador Robinson Faria
ignorou sua orientação sobre a retirada de presos de Alcaçuz, onde 26 foram
assassinados no último fim de semana. Em entrevista à “ÉPOCA”, Virgolino
disse que o governo do estado desconsiderou as informações de inteligência do
sistema prisional ao aprovar a transferência de detentos da facção potiguar
Sindicato do Crime (SDC), rival da paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).
“Não foi levado em consideração o que o secretário de Justiça e a inteligência
disseram. Sugeri que tirassem o PCC do presídio”, afirmou.
Virgolino
defendia retirar membros do PCC, em vez de presos do SDC, por duas razões. A
primeira diz respeito ao fato de que a facção paulista é minoria em Alcaçuz –
500 integrantes contra 1.000 da organização potiguar. A segunda é que o PCC é
mais influente que o SDC naquele presídio.
A
remoção de presos do SDC resultou numa batalha armada entre as organizações
criminosas na manhã desta quinta-feira. Munidos de pedras, barras de ferro e
vigas de madeira, os detentos partiram para o confronto. Do alto das guaritas,
policiais fizeram disparos na tentativa de conter a confusão.
Segundo
o jornal O Globo, integrantes do governo
do Rio Grande do Norte iniciaram uma negociação com chefes do PCC, na tarde de
quarta-feira (18), na tentativa de conter a rebelião em Alcaçuz. Virgolino
confirmou a ÉPOCA que uma delegada foi autorizada pelo governador a negociar
com a facção paulista. Durante a conversa, o PCC exigiu, entre outras medidas,
que fossem retirados presos do SDC da Penitenciária de Alcaçuz.
Depois
do acordo, o governador Robison Faria autorizou a retirada de 220 presos do SDC
de Alcaçuz. Em reação à remoção, a facção potiguar iniciou uma série de ataques
nas ruas da Grande Natal. Pela primeira vez desde o início da crise da
segurança pública no país, em outubro passado, a guerra de facções saiu dos
presídios. FONTE:
AGORARN
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