Cientistas
desenvolveram um novo tratamento que promete aumentar o tempo de vida de
pacientes com tipos agressivos de câncer. O estudo revelou que os voluntários
que receberam a droga imunoterápica Nivolumab viveram, em média, dois meses a
mais do que aqueles que receberam quimioterapia tradicional.
A
pesquisa, que foi publicada no New England Journal of Medicine, teve a
participação de 361 pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Todos eles já
haviam passado pelo tratamento quimioterápico e não mostraram melhora. De
acordo com o estudo, 600 mil casos da doença são diagnosticados todo ano no
mundo, sendo que os pacientes nessa condição vivem cerca de seis meses.
Dos
361 voluntários, 240 foram tratados com Nivolumab e 121 receberam tratamentos
com um de três tipos diferentes de quimioterapia durante quase dois meses. De
todos os participantes que receberam a droga imunoterápica ao longo de um ano,
133 morreram (55,4%), enquanto 85 pessoas (70,2%) das que fizeram quimioterapia
faleceram.
A
pesquisa também revelou que, em média, a taxa de sobrevivência dos pacientes
que tomaram o Nivolumab foi de 7,5 meses, enquanto a mesma taxa das pessoas que
fizeram o tratamento quimioterápico foi de 5,1 meses. Além de aumentar o
tempo de vida dos pacientes, o Nivolumab também melhorou a qualidade de vida
deles. Os pesquisadores notaram que apenas 13% dos pacientes que fizeram o novo
tratamento tiveram efeitos colaterais – como enjoo e falta de apetite – em
comparação com 35% dos voluntários que passaram pela quimioterapia.
Kevin
Harrington, um dos autores do estudo, disse em um comunicado que os resultados
indicam que a os médicos agora tem um novo tratamento que pode prolongar
significativamente a vida dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço. “Eu
estou ansioso para vê-lo (o tratamento) nas clínicas.”
O
Nivolumab faz parte de um grupo de medicamentos chamado de inibidores de
checkpoint. Eles bloqueiam a ligação entre receptores nas células imunológicas
e suas proteínas irmãs – essa inativa as células de defesa do corpo. Esse
bloqueio faz com que as células imunológicas identifiquem as células cancerosas
e as destruam.
Essa
não é a primeira vez que cientistas fazem pesquisas com o Nivolumab para o
tratamento de câncer. Um estudo, também publicado no New England Journal of
Medicine, mostrou que pessoas com câncer de pulmão que receberam o medicamento
viveram, em média, 3,2 meses a mais do que aqueles que receberam quimioterapia.
O Nivolumab ainda terá que
passar por aprovação pela Agência Europeia de Medicamentos antes de ser
disponibilizado para pacientes com câncer de cabeça e pescoço do sistema
nacional de saúde do Reino Unido (NHS). FONTE: EXAME
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