A Suíça declara que Henrique Alves (PMDB-RN), ex-ministro do Turismo do governo de Michel Temer, é suspeito de crimes de "lavagem de dinheiro" e "corrupção passiva". Ele foi obrigado a renunciar na semana passada, mas era investigado desde fevereiro deste ano, antes mesmo de assumir seu cargo.
O jornal O Estado de S. Paulo revelou em sua edição de
sábado, 18, que os suíços transferiram ao Brasil todos os documentos e extratos
bancários envolvendo Alves. Ele foi o terceiro ministro da gestão de Michel Temer
a cair e, em uma carta, explicou que não queria criar
"constrangimentos" para o presidente em exercício.
Na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio
Machado, o executivo conta que deu propinas no valor de R$ 1,5 milhão para
Alves, entre 2008 e 2014.
Na Europa, fontes próximas ao caso confirmaram com
exclusividade à reportagem que Alves manteve uma conta com depósitos que
variavam entre US$ 700 mil e US$ 1 milhão. O dinheiro está bloqueado, mas o
banco não teve seu nome revelado.
"O Escritório do Procurador Geral da Suíça confirma
a abertura de um processo legal em fevereiro de 2016 contra Henrique Eduardo
Lyra Alves sob suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva ",
indicou o Ministério Público em Berna.
A investigação começou em Berna sob a suspeita de que a
conta tenha sido alimentada por recursos de propinas. A conta de Alves, porém,
é uma das mais de mil contas hoje bloqueadas pelos suíços em seus bancos locais
relacionadas com a Lava Jato.
Para os suíços, o caminho adotado foi o mesmo seguido no
caso do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para a procuradoria suíça, não faria
sentido processar o brasileiro, levá-lo a um julgamento em Berna e, em seguida,
jamais conseguir sua punição. O Brasil não extradita seus nacionais.
A ideia negociada com os procuradores no Brasil foi a de
transferir o caso para que Alves, agora, seja investigado e julgado no Brasil.
Para os suíços, a transferência do caso também permitirá que a Justiça
brasileira possa agir de forma rápida para garantir que as provas e mesmo os
recursos não sejam perdidos.
"Diante
do fato de que Henrique Alves ser um cidadão brasileiro, ele não pode ser
extraditado para a Suíça", explicou o MP. "Por esse motivo, a
Procuradoria pediu em março de 2016 para que o processo seja transferido ao
Brasil", adicionou. "Isso seria feito para permitir que o caso
pudesse ser investigado e julgado por autoridades brasileiras", completou
a promotoria. FONTE: AGORA RN
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