São Paulo (AE) - A
presidente Dilma Rousseff voltou a reconhecer que o Brasil passa por
dificuldades, mas que o País é capaz de superá-las. Em discurso durante a
edição da plataforma "Dialoga Brasil", ontem em Teresina, capital do
Piauí, a presidente também destacou mudanças implementadas por governos do PT
na região Nordeste, nos últimos 13 anos. "É claro que o País passa
hoje por dificuldade, mas são dificuldades que superamos, porque nós somos
capazes de superar", afirmou a presidente. Dilma disse que a superação da
crise é possível porque o Brasil é a sétima maior economia do mundo, tendo
agricultura e indústria fortes.
Ao mencionar as mudanças no Nordeste, a presidente citou o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é pernambucano. De acordo com ela,
seu antecessor "reconheceu que o Nordeste precisava de oportunidades
iguais" e tomou um conjunto de medidas, entre elas o início da construção
da Transnordestina, cujas obras ela visitou ontem no município de Paulistana.
Dilma destacou que, dos 1,6 mil quilômetros da ferrovia, 500 quilômetros já
estão prontos. Segundo ela, a "promessa" é de que o trecho que passa
pelo Piauí seja concluído até o final de 2016 e que o restante da obra deve
ficar pronto até o fim do mandato dela, em 2018. A presidente fez também um
apelo para que a sociedade brasileira repudie "aqueles que sempre querem a
catástrofe". "O Brasil é um país democrático e não aceitamos
intolerância", disse Dilma, defendendo em seguida que os resultados das
eleições sejam respeitados.
Para a plateia, a presidente afirmou também que o governo gosta "de
discutir, de escutar críticas". "Sabemos que devemos melhorar, há
muitas oportunidades para construir, a gente precisa persistir",
reconheceu.
Além disso, Dilma não deixou de exaltar os programas sociais do governo, como
tem feito em todas as edições do evento. Dessa vez, o destaque ficou por conta
do Bolsa Família. "O Bolsa Família não foi feito para criar conformismo,
para que as pessoas se acomodem", disse a presidente, citando o exemplo de
um garoto que recebe o benefício e foi premiado em uma olimpíada internacional
de estudantes.
Dilma disse ainda que programas pilotos não dão certo no Brasil, porque o
"Brasil não é um país pequeno". "Todos os programas sociais têm
de ter um certo corpo, devem ser encorpados. Um programa piloto não resolve
nada no Brasil", afirmou a presidente.
Ministra destaca políticas de combate à seca no NE
Teresina - Ao participar da sexta edição do Dialoga Brasil, a
ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, lembrou
que o Brasil hoje é um outro País porque o governo construiu políticas públicas
que permitem que a população consiga conviver com a seca. Para a ministra,
políticas como o Bolsa Família, o programa de cisternas e o Seguro Safra têm
permitido que o povo nordestino resista e não abandone suas terras em direção
às grandes cidades do País – como fazia no passado – apesar da forte seca que
atinge o Nordeste nos últimos anos.
“Muita gente dizia que a pobreza do Nordeste tinha a ver com a seca. Hoje nós
estamos vivendo uma seca muito intensa aqui no estado (Piauí), que atinge uma
parte grande da área rural e nós não temos aquelas cenas de antes: os
retirantes, o povo em saques, desesperado, abandonando sua terra. Hoje o Brasil
é outro apesar da seca”, disse ela, acrescentando: “nós estamos conseguindo,
não combater a seca – que é um fenômeno da natureza – mas construir políticas
públicas que garantam que a gente conviva com o Semiárido e garanta que a
população do meio rural fique na sua terra e que as populações nas cidades
tenha sua pobreza aliviada.”
Nesse sentido, citou números como o das 17 milhões de crianças de 6 a 17 anos,
beneficiadas pelo Bolsa Família e que hoje não estão no trabalho infantil para
estar na escola – 500 mil delas só no Piauí – recebendo, inclusive, assistência
médica. Segundo a ministra, foi o acompanhamento frequente do peso dessas
crianças que fez com que o Brasil reduzisse em até 60% a mortalidade infantil
por desnutrição e alcançasse a redução de 51% do déficit de altura da população
brasileira. Na ocasião, a ministra lembrou o preconceito sofrido historicamente
pelo povo nordestino, acusado de “crescer pouco” em virtude da falta de
alimentação.
A ministra enfatizou também outra ação que considera fundamental para a
convivência com o Semiárido: a entrega, desde 2003, de 1,2 milhão de
cisternas no sertão do Nordeste. FONTE: TRIBUNA DO
NORTE
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