A reunião serviu para que Renan definisse com
os ministros da área econômica e outros uma agenda para a retomada do
crescimento econômico e outras reformas que sejam necessárias para o país após
a crise. Na opinião dele, essa agenda deve ser ampla a ponto de reunir as forças
políticas em torno dela.
“Eu acho que agenda tem que tratar de tudo,
da reforma do estado, da coalizão, da sustentação congressual. Eu acho que esse
modelo político, essa coalizão, ela já se esgotou no tempo. É preciso dar
fundamento ao ajuste, à agenda da retomada do crescimento, sinalizar claramente
com relação ao futuro do Brasil e construir uma convergência com relação a esse
futuro”, disse o presidente do Senado.
Uma das principais lideranças do PMDB, o
senador Romero Jucá (RR) também participou da reunião com os ministros e disse
que a proposta é que o Senado se encarregue de “capitanear a retomada da
animação econômica”. Ele confirmou que foi convidado para jantar hoje à noite
no Palácio da Alvorada, com a presidenta Dilma Rousseff e outros senadores e
disse que o governo está “procurando construir pontes”.
“Se está procurando construir pontes, vamos
ver os termos dessas pontes. O Congresso tem que procurar colocar aquilo que
deseja, aquilo quer, e a partir daí procurar uma convergência. Eu acho que, no
momento grave que o país está passando, nós temos que procurar construir essa
convergência para superar a dificuldade econômica. Se nós conseguirmos, vai ser
uma vitória da política”, disse Jucá.
Enquanto os dois peemedebistas acertavam um
acordo com os ministros para a agenda de retomada do crescimento, no plenário
do Senado lideranças petistas também fizeram discursos para defender o mandato
da presidenta Dilma. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa
Civil, acusou a oposição de inconformismo com o resultado das eleições de 2014
e de tentar burlar a Constituição, ao propor, na semana passada, novas
eleições.
“Temos uma presidenta eleita, empossada e no
exercício do mandato. Nossos líderes tucanos não querem o impeachment, mas
querem novas eleições. De preferência, eleições que eles vençam, claro, porque,
se perderem poderemos ter que ouvir novamente todas as desculpas que estamos
ouvindo desde o resultado das urnas, que decepcionou tanto o PSDB”, disse
Gleisi. Ainda segundo ela, desde a eleição do presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), a base aliada do governo na Casa está “desorganizada e mesmo
sublevada contra o Executivo”.
O líder do PT, Humberto Costa (PE), ressaltou
que estamos passando por “séria instabilidade política no País, que exige de
todas as Lideranças responsáveis um esforço em favor de uma grande concertação
nacional”. Segundo ele, as empresas já começam a sofrer os efeitos desta
instabilidade e a economia é a mais afetada pelo comportamento considerado por
ele irresponsável.
“Com a anuência do presidente da Câmara dos
Deputados, a oposição quer atacar o governo, aprovando todo tipo de aberração
fiscal, tributária e administrativa, o que poderá inviabilizar o Brasil não
apenas durante este governo, mas durante um longo espaço de tempo para os
próprios governos que venham a suceder o governo da presidenta Dilma”, disse o
líder petista no senado.
Humberto Costa também declarou que a
presidenta “não será impedida de governar. Não pensem que a população vai
assistir passivamente uma presidente eleita legitimamente ser derrubada, que os
lutadores sociais, os militantes, vão para casa colocar o pijama e assistir à
novela das oito. Não, com certeza não irão! Este país viveria uma convulsão
porque, sem legalidade e sem legitimidade, nenhuma coalizão política que
sucedesse Dilma poderia ser aceita pelos brasileiros”, declarou Costa. FONTE:
AGÊNCIA BRASIL MARIANA JUNGMANN
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