De acordo com o presidente da Central Única
dos Trabalhadores no RN (CUT-RN), José Rodrigues - uma das entidades que
integra a organização do ato - a data da manifestação foi uma determinação de
articulações políticas nacionais. A escolha pela quinta-feira, diferentemente
dos protestos antigoverno que ocorrem nos fins de semana, foi defendida por
Rodrigues. “Quem reclama desta data é porque é contra manifestação democrática.
Temos a consciência de que vai atrapalhar o trânsito, mas estaremos fazendo uma
manifestação em favor de causas da sociedade. E ainda mais consideramos o
domingo como dia de lazer dos trabalhadores”, refutou o presidente da CUT-RN.
Ele ainda destacou que todo o percurso da manifestação pela Salgado Filho,
assim como interdição de parte da via, estão acertados com a Polícia Militar e
a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU).
O posicionamento do dirigente sindical quanto
o local e a data do ato foi reforçado pelo deputado estadual Fernando Mineiro.
O petista pontuou ainda que a escolha por atos públicos em dias úteis é uma
tendência recorrente. “O ato é nacional e a data foi marcada por lideranças
nacionais. Além do mais, historicamente as manifestações que são conduzidas por
trabalhadores vem sendo feitas em dia de semana”, disse o parlamentar.
A decisão por concentrar-se em local de grande
circulação de pessoas e veículos também repete a tendência observada nos
protestos marcados para outras cidades em todo o Brasil. São casos semelhantes,
por exemplo, a vizinha João Pessoa, em que o ato está marcado para o Parque
Sólon de Lucena, no Centro da capital paraibana. Em Recife, o ato pró-governo
será na Praça do Derby, um dos pontos mais movimentados da maior cidade de
Pernambuco.
Já no eixo Sul-Sudeste, os manifestantes
pretendem ocupar locais como o Largo da Cinelândia e as imediações da Igreja da
Candelária (Rio de Janeiro), Largo do Batata (São Paulo), Largo da Alfândega
(Florianópolis) e a Praça Santos Andrade (Curitiba), todos em áreas centrais e
de grande fluxo de pessoas e carros.
PAUTA
A manifestação de hoje tem três eixos centrais
em sua pauta: defesa dos direitos trabalhistas, contra o impeachment e defesa
das conquistas sociais. “A manifestação vai apresentar três eixos: defesa da
democracia, reformas estruturais e uma política econômica para defesa dos
trabalhadores”, pontuou Fernando Mineiro. Também são esperadas críticas para o
deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB), que
tem feito ferrenha oposição ao governo Dilma.
Para José Rodrigues, os movimentos sociais
devem ir às ruas para garantir o processo democrático. “Somos contra o golpe
que seria esse impeachment da presidente Dilma Rousseff. Queremos que seja
mantida a democracia, porque sem ela não há diálogo. Nós passamos por uma
ditadura e sabemos como foi o tratamento dado. Um golpe voltaria a sacrificar
os movimentos sociais”, afirma ele.FONTE: PAULO NASCIMENTO DO NOVO JORNAL
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