No próximo dia 19, a prefeitura de Guamaré, a cerca de
160 quilômetros de Natal, receberá propostas dos interessados em instalar uma
usina de dessalinização com capacidade de entrega de 1.500 metros cúbicos de
água potável por dia. O município prevê
um custo de R$ 10 milhões na obra, cujo prazo máximo de conclusão é de seis
meses. Com cerca de 15 mil habitantes, Guamaré é um caso a parte – em termos de
finanças – graças à exploração de petróleo nos seus limites. Mesmo com redução
da arrecadação, devido à crise econômica, a prefeitura afirma que “enxugou” os
gastos públicos, o que garantiu os recursos necessários para o projeto da
usina.
Conforme explica o secretário municipal de Obras, Rosberg Dantas, a falta de água é um problema recorrente no município, ao longo das décadas, e se agravou com a estiagem dos últimos quatro anos. “No início da gestão pensávamos em construir uma nova adutora, mas com a seca, percebemos que o problema iria continuar”, coloca. O município contratou em 2014 a consultoria da empresa MA Tecnologia Ambiental, com o objetivo de conseguir água por meios próprios, sem depender de estado ou outros municípios. “Vimos que a dessalinização por osmose reversa era viável, fizemos visitas a usinas que funcionam plenamente há mais de 20 anos”, conta o gestor. Junto com a consultoria, a Prefeitura preparou a licitação. Várias empresas já teriam entrado em contato para ter mais informações sobre o edital.
Devido ao alto custo para dessalinizar água
marinha, causado principalmente devido à grande energia necessária no processo,
a prefeitura determinou que a usina tenha um recuperador – um equipamento que
aproveita a própria energia dispersada na dessalinização – o que deverá gerar
economia (o secretário não soube dizer quanto).
“Lá também teremos estações de tratamento,
com toda a parte química, para que a água já saia pronta para o consumo
humano”, explicou Rosberg.
Produção
O professor Luis Carlos Molion, da
Universidade Federal de Alagoas, ficou nacionalmente conhecido ao contestar
informações sobre o aquecimento global. Entretanto, há vários anos, o
pesquisador também estuda a dessalinização da água do mar e considera que os
custos já não estão mais tão altos como antes. “Eles vão depender da capacidade
das instalações. Mas é possível produzir o metro cúbico (1 mil litros) por
US$0,65 (aproximadamente R$2,00 por mil litros), ou seja, um preço menor do que
pagamos atualmente com o sistema convencional”, afirmou à reportagem. FONTE:
IGOR
JÁCOME DO NOVO JORNAL. FOTO:
URAKEN SILVA
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