O cenário em formação da disputa pela Prefeitura de
Natal em 2016 ganhou no final de semana mais um nome, o do deputado estadual
Kelps Lima, presidente do partido Solidariedade no Rio Grande do Norte. Kelps
se junta ao prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT); aos deputados estaduais
Fernando Mineiro (PT) e a Hermano Morais (PMDB); ao federal Rogério Marinho
(PSDB); a vereadora Amanda Gurgel (PSTU); ao ex-candidato a governador
Professor Robério Paulino e a um nome do PV, possivelmente o do também vereador
Luiz Almir. Mesmo diante das críticas veladas a antecipação do lançamento de
candidaturas, todos esses nomes já se apresentaram, ou tiveram suas
candidaturas apresentadas, para a disputa do próximo ano. Como ocorre geralmente, o crescimento da discussão
em torno de 2016 começou logo depois do final da eleição de 2014. Em uma de
suas primeiras disputas como governador eleito do Rio Grande do Norte, Robinson
Faria (PSD) afirmou que seu candidato para o próximo pleito pela Prefeitura de
Natal seria o deputado Fernando Mineiro, que já foi candidato em 2012 e ajudou,
bastante, na vitória pessedista no Estado. O lançamento, claro, gerou críticas
da base aliada do atual prefeito e dele mesmo, considerando um “equivoco” a
antecipação da discussão sobre 2016.
“Achei estranho, porque o governador eleito dizia
na propaganda que iria pensar nas futuras gerações e não na futura eleição.
Ele, em plena comemoração, já lançou o candidato a prefeito”, criticou o
prefeito, acrescentando que “pessoalmente, passada a campanha, estou pensando
em gestão. Estamos reconstruindo a cidade do Natal. Só vamos falar de sucessão
em 2016. Até lá, nós vamos falar só de administração e gestão”.
O próprio Carlos Eduardo, no entanto, se esqueceu
que assim que assumiu a Prefeitura de Natal, em 2013, Carlos Eduardo também
antecipou a disputa seguinte. Negando que fosse ser candidato ao Governo do
Estado em 2014, o prefeito falou que queria era ser reeleito no pleito de 2016,
ou seja, se lançando candidato a reeleição quase quatro anos antes da disputa.
Em outubro de 2013, quando o nome foi novamente
cogitado para a disputa estadual, repetiu: “Sou prefeito e continuarei
prefeito. O que eu penso, sonho, e todo mundo tem que sonhar nessa vida, porque
ela não é fácil e o sonho ajuda, é em 2016 ser candidato a reeleição para dar
continuidade a esses e outros grandes projetos, programas e obras”.
Por sinal, essa situação de criticar a antecipação
do debate sobre 2016, tendo, antes ou depois, lançado a pré-candidatura, foi
repetida mais algumas vezes por outros interessados na disputa eleitoral do
próximo ano. Candidato a prefeito em 2012, Rogério Marinho, por exemplo, também
afirmou que a antecipação – tanto de Mineiro, quanto de Carlos Eduardo – foi
equivocada. Pouco depois, o vereador Aroldo Alves, também do PSDB, lançou a
pré-candidatura do tucano.
“Tudo pode acontecer na política e Rogério Marinho
foi reeleito agora recentemente para deputado federal e se credencia junto ao
eleitorado. Até pela questão de ser o deputado mais votado na cidade do Natal,
quase com 38 mil votos. Eu acho que nós temos bons quadros, Rogério será um
deles”, frisou o vereador Aroldo Alves.
O peemedebista Hermano Morais fez o mesmo. Criticou
a antecipação, negou qualquer acordo entre PMDB e PDT para o apoio peemedebista
a Carlos Eduardo e, finalmente, se colocou como opção de candidatura própria do
partido. Acrescentou, entretanto, que a discussão sobre isso aconteceria “no
momento oportuno”.
OUTROS NOMES
Além daqueles que disputaram o pleito de 2012, a
eleição municipal do próximo ano ainda poderá ter estreantes na concorrência
majoritária, como o deputado Kelps Lima e a vereadora Amanda Gurgel, além de
retorno de alguns “velhos conhecidos” dos eleitores, como o também vereador
Luiz Almir. “Qualquer político que ama sua cidade quer um dia ser prefeito
dela, mas esse não é nosso foco agora. Me deixa triste ver Natal com uma gestão
tão convencional. Afinal em 2016 já serão 10 anos de Carlos Eduardo prefeito.
Nesse período Natal melhorou em quê? O transporte é o mesmo, a saúde é a mesma
e o fluxo turístico piorou”, criticou Kelps Lima na entrevista concedida aO
Jornal de Hoje neste final de semana.
Cotada para ser candidata após a votação recorde na
disputa pela Câmara Municipal em 2012, Amanda Gurgel também não descartou
assumir a condição de candidata a prefeita de Natal. “Realmente, francamente,
não sei. Ainda não tenho uma resposta para isso”, afirmou ela quando
questionada se seria ou não candidata ao Executivo no próximo ano.
Luiz Almir seria a opção do partido. Afinal, também
em contato com o JH, o presidente estadual da sigla, Paulo Davim, disse que já
estava trabalhando com a candidatura própria do PV para o Executivo de Natal.
“Teremos candidato e já iniciamos uma série de conversas com diversos partidos
objetivando a construção de uma coalizão de forças políticas para uma
candidatura competitiva”, antecipou Davim.
Apesar de ser o principal do Partido Verde, Luiz
Almir preferiu sugerir outro nome para a disputa, o de Walter Alves, deputado
federal eleito pelo PMDB. A candidatura dele, que dividiria mais uma vez a
família Alves, é cogitada em matéria publicada na página 4 desta edição.
Alianças partidárias podem tirar nomes da eleição
de 2016
Apesar dos oito nomes colocados à mesa,
dificilmente, a eleição de 2016 em Natal começará com oito candidatos a
prefeito de Natal. Isso porque, cientes de que, isolados, são mais fracos,
alguns nomes podem se aliar com o objetivo de somar idéias, capital eleitoral e
tempo de televisão. PMDB e PDT; PSDB e SDD e PSTU e PSOL são exemplos disso.
A situação mais propensa para união é do PMDB e o
PDT. Quando abriu mão de apoiar Robinson Faria, seu ex-aliado, para se juntar a
Henrique Eduardo Alves, Carlos Eduardo estaria, segundo informações de
bastidores, pensando na eleição de 2016 e garantindo, para ela, o apoio
peemedebista. E, apesar do presidente do Diretório Municipal do PMDB e ex-candidato
do partido a Prefeitura de Natal, Hermano Morais, negar tal aliança, há uma
sinalização clara de apoio peemedebista.
“Acho que todos os peemedebistas, principalmente
aqueles que detêm cargos de direção do partido, devem ser ouvidos. Agora o meu
candidato, sendo ouvido, e todos devem ser ouvidos, é o prefeito Carlos
Eduardo, candidato à reeleição”, disse Garibaldi Alves Filho, uma das maiores
lideranças peemedebistas, reduzindo as chances de Hermano, que levou a disputa
com Carlos Eduardo para o segundo turno em 2012, ser novamente candidato.
Kelps Lima e Rogério Marinho não têm acertos
pré-fechados. Contudo, a aproximação ideológica dos dois nomes também os
direciona para uma aliança visando o pleito de 2016. Líderes de seus partidos,
um teria que abrir mão para apoiar a candidatura do outro e, nesse contexto,
Rogério Marinho seria o candidato a prefeito e Kelps, o vice.
Outra parceria que também poderia surgir seria “os
da esquerda”, entre Amanda Gurgel e Robério Paulino, como já aconteceu em 2012,
quando, juntas, as duas siglas conseguiram três vagas na Câmara Municipal de
Natal. O que dificultaria essa união seria o “capital eleitoral” dos dois
candidatos. Com 32 mil votos, o PSTU não abriria mão de ter Amanda Gurgel,
assim como o PSOL com Robério Paulino, após o surpreendente número de votos que
ele atingiu no pleito de 2014, na disputa pelo Governo do RN.
FONTE:
JORNAL DE HOJE REPÓRTER DE POLÍTICA CIRO
MARQUES
Nenhum comentário:
Postar um comentário