Os motoristas que ainda estão com
extintores de incêndio tipo BC em seus veículos terão problemas para trocar os
equipamentos antes do dia 1º de janeiro de 2015, quando o extintor tipo ABC
será obrigatório. No Rio Grande do Norte, a grande maioria das lojas está sem
os equipamentos disponíveis e, devido à alta demanda em todo o Brasil, a média
de espera informada pelas distribuidoras é de dois meses. Até lá, motoristas
estão sujeitos a multas de R$ 127,69 e cinco pontos na carteira de habilitação.
Aprovada em 2009, a nova resolução do Conselho Nacional de trânsito
(Contran), que determina a mudança nos extintores, teve divulgação
considerada ineficaz por alguns dos comerciantes que atuam na área. Para
Euzimar Moisés, que é chefe de manutenção de uma empresa de extintores de
incêndio de Natal, as lojas não tiveram tempo suficiente para formar estoques
suficientes.
"Em dois meses, vendemos 720
extintores, sendo 120 de ontem para hoje. Passamos quase duas semanas sem esse
tipo de extintor, mesmo tendo pedido com antecedência. Agora as distribuidoras
dizem que a espera pode ser de dois a quatro meses, dependendo da quantidade.
Isso poderia ser evitado se tivessem divulgado melhor a mudança", disse
Euzimar Moisés.
Segundo a vendedora Vera Lúcia, que também trabalha em uma loja de extintores
em Natal, há três tamanhos de extintores ABC para veículos convencionais, mas
todos estão em falta, desde os padrões até os específicos para cada carro.

"Até os 45 que tínhas de 2kg,
para caminhões, voaram de uma vez", disse, denunciando ainda supostos
abusos por parte de lojas do setor. "A média de preços é R$ 90, mas
sabemos de pessoas que estão vendendo a R$ 130 e até R$ 145", disse.
Com a alta demanda, algumas empresas tiveram dificuldade para vender os
equipamentos. Edvaldo Ferreira, gerente de uma loja especializada em extintores
de incêndio, disse que, só em um dia, a empresa vendeu quase 500 extintores do
tipo ABC. "Mas o estoque zerou. Agora, só daqui a dois meses, que é quando
as distribuidoras dizem ter condições de entregar os pedidos", lamentou.
Pela nova norma, os extintores nos veículos devem ser do tipo ABC porque são
eficazes no combate a fogo que se propaga por materiais sólidos, como bancos,
tapetes e painéis. Os do tipo BC só serviam para eliminar chamas causadas por
líquidos inflamáveis (gasolina, óleo diesel, querosene).

A regra é válida em todo o país e é
aplicada a todos os veículos de passeio, camionetes, caminhões, ônibus,
microônibus e triciclos de cabine fechada. No caso de descumprimento, se o
extintor também estiver fora do prazo de validade ou dentro do saco plástico, o
condutor comete uma infração grave, rendendo cinco pontos na carteira de
habilitação e multa de R$ 127,69.
Abusividade
Como está havendo escassez na oferta de extintores, alguns comerciantes estão
aproveitando para aumentar os preços dos extintores. A prática, no entanto, é
vedada por lei e, no caso do consumidor se sentir lesado, ele poderá acionar o
Procon.
"Qualquer mudança de preço ou serviço sem justa causa é considerado
abuisivo. O consumidor deve procurar o Procon caso perceba alguma aumento
excessivo. (O Procon) Não pode estabelecer preço, mas o preço abusivo pode ser
regulado pelo Procon e órgãos de defesa do consumidor", explicou o
coordenador do Procon/RN, Ney Lopes Júnior.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE