Acostume-se a cortar da lista de compras a lâmpada
incandescente. Este item, que some gradativamente das prateleiras, em breve não
será mais vendido. Segundo a tabela, as de 60W só poderão ser produzidas até o
próximo 30 de junho. Uma portaria assinada no final de 2010 fixa índices
mínimos de eficiência luminosa para fabricação, importação e comercialização do
produto de uso geral em território brasileiro. As lâmpadas que não atingirem,
até 2016, a eficiência mínima definida serão banidas do mercado de acordo com
um cronograma estabelecido.
A decisão do governo federal foi motivada pela
necessidade de reduzir o consumo de energia no país. Em média, a fluorescente
gasta quatro vezes menos eletricidade e dura cerca de oito vezes mais do que
aquelas de tipo incandescente.
— As fluorescentes compactas têm uma vida mediana
superior a 6 mil horas, lâmpadas a vapor de sódio em alta pressão chegam a uma
vida mediana de 32 mil horas e lâmpadas LED podem chegar a uma vida útil
superior a 50 mil horas — destaca Isac Roizenblatt, diretor técnico da
Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux).
Isso significa que, com as substituições, os
consumidores devem pagar menos na conta de luz. De acordo com o engenheiro
Sergio Rahde, do Departamento de Eficiência Energética do Grupo CEEE, uma
lâmpada incandesdente de 100W, ligada 10 horas por dia, gasta 30 kW/hora ao
mês. Uma fluorescente equivalente vai gastar 7,5 kW/hora nesse período, gerando
uma economia de R$ 7 na conta mensal (R$ 84 por ano).
Sem contar o impacto no bolso, a medida também traz
benefícios à natureza. A incandescente, além de requisitar mais eletricidade e
sobrecarregar as fontes geradoras, aquece mais o ambiente — uma lâmpada de 100W
usa 95% da sua energia para esquentar —, agravando o efeito estufa e gerando a
necessidade de condicionadores de ar e ventiladores. Por demandarem menos, as
lâmpadas brancas evitam lançar toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.
Substituição pode mexer com relógio biológico
Há diversas opções no mercado para substituir as
tradicionais amarelinhas, como as fluorescentes compactas, as incandescentes
halógenas e as de LED. Para a arquiteta Cristina Maluf, porém, não existe à
venda lâmpada que cumpra o papel daquelas que estão prestes a deixar de ser
produzidas. Segundo a especialista em iluminação arquitetural, as pessoas
precisam da luz mais amarelada em suas residências para produzir melatonina —
hormônio que regula o ciclo biológico do indivíduo e o faz relaxar.
— Mesmo as fontes que imitam as incandescentes não
são 100% eficientes. As incandescentes têm um tom suave, semelhante à cor da
chama da vela com a qual a humanidade está acostumada desde sua origem.
Lamentavelmente, não há outra forma de recriar o ambiente intimista e agradável
em nossas casas — afirma Cristina.
Dica de especialista
Segundo Cristina Maluf, arquiteta especialista em
iluminiação arquitetural, das lâmpadas oferecidas pelo mercado atualmente, as
halógenas com bulbo no formato da incandescente são as que apresentam
tonalidade mais próxima das tradicionais amarelinhas.
A iniciativa
— A Portaria Interministerial 1.007 dos Ministérios
de Minas e Energia (MME), da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), publicada em 31 de
dezembro de 2010, fixou índices mínimos de eficiência luminosa para fabricação,
importação e comercialização das lâmpadas incandescentes de uso geral em
território brasileiro.
— As incandescentes comuns podem ser substituídas
por lâmpadas fluorescentes compactas, incandescentes halógenas e lâmpadas de
LED. Outra alternativa é trocar o soquete de rosca e instalar conjuntos
(luminárias e fontes de luz) mais eficientes como, por exemplo, luminárias com
lâmpadas fluorescentes tubulares ou compactas e luminárias com LEDs.
— Com as substituições, haverá ganhos para os
consumidores, que pagarão menos na conta de luz.
— A conversão de energia elétrica em luz e calor
tem valores diferentes conforme a tecnologia. Lâmpadas incandescentes – 5% em
luz e 95%, calor. Fluorescentes compactas – 15% luz e 85%, calor. LED – 30% em
luz e 70%, calor.
— Assim, como os outros produtos da área de
iluminação, os produtos providos com LEDs devem seguir as normas técnicas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e as portarias do Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Consumo de energia
Incandescentes
Eficiência (luminosidade/W): 12-15
Vida (x1.000h): 1
Preço (R$): 2-4
Halógenas
Eficiência (luminosidade/W): 17-20
Vida (x1.000h): 2-3
Preço (R$): 5-20
Fluorescentes
Eficiência (luminosidade/W): 70-115
Vida (x1.000h): 7-15
Preço (R$): 8-20
Fluorescentes compactas
Eficiência (luminosidade/W): 45-60
Vida (x1.000h): 6-12
Preço (R$): 6-18
LEDs
Eficiência (luminosidade/W): 80-140
Vida (x1.000h): 15-50
Preço (R$): 40-160
Cronograma para que deixem de ser produzidas e
vendidas:
Acima de 100W
30 de junho de 2012: fabricação e importação
30 de dezembro de 2012: comercialização (fabricante e importador)
30 de junho de 2013: comercialização (atacadista e varejo)
Acima de 60W (até 100W)
30 de junho de 2013: fabricação e importação
30 de dezembro de 2013: comercialização (fabricante e importador)
30 de junho de 2014: (comercialização atacadista e varejo)
Acima de 40W (até 60W)
30 de junho de 2014: fabricação e importação
30 de dezembro de 2014: comercialização (fabricante e importador)
30 de junho de 2015: comercialização (atacadista e varejo)
40W (e abaixo)
30 de junho de 2015: fabricação e importação
30 de dezembro de 2015: comercialização (fabricante e importador)
30 de junho de 2016: comercialização (atacadista e varejo)